sábado, 11 de maio de 2013

Coesão textual - conceito geral


Coesão textual

É um tipo de articulação gramatical entre os elementos de um texto - o texto, compreendido como 'tecido' , 'trama'. A esse mecanismo que permite estabelecer boas relações entre os elementos do texto para facilitar o entendimento e torná-lo mais encorpado, agradável, mais atraente, é que se chama coesão textual ou recursos coesivos.
A construção de um texto se faz em torno de um assunto pontuado - um tema. Esse tema, de uma certa forma, tem que ser referenciado até o fim do texto, mas será misturado a outros subtemas, que farão parte das argumentações discursivas e que vão gravitando em volta do tema central. Dessa forma vai-se mantendo o assunto no fio do discurso e compondo o texto, a tessitura. Tudo gira em torno de um jogo: um tema, um comentário - quando comenta-se o comentário, ele vira tema e nesse jogo de tema/comentário vai-se formando o texto.
Num texto, os termos estão muito correlacionados, pois se o assunto deve-se manter no fio do discurso, ele vai sendo referenciado muitas vezes e de diversas maneiras. Essas referenciações necessárias na elaboração do texto são feitas por recursos coesivos - a isso é que denomina-se 'coesão textual'.
São tantos os recursos coesivos que podem ser utilizados para manter-se a coesão do texto, que para estudo, costuma-se dividi-los em tipos: recursos gramaticais e recursos lexicais. Os livros da linguista Ingedore Villaça Koch são ótimos para compreender esse assunto. Dentro da classificação dos recursos gramaticais há o emprego dos pronomes pessoais, demonstrativos, possessivos, indefinidos, relativos, advérbios, as desinências, etc. Como recursos lexicais compreende-se as rotulações, as nominalizações, a hiponímia, sinonímia, etc.

REFERÊNCIAS
IPEU

A PRÁTICA DE ANÁLISE LINGÜISTICA NA SALA DE AULA


O quadro teórico que busca problematizar a implementação das idéias propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (doravante, PCNs) no que diz respeito ao ensino de língua portuguesa. Diversos pesquisadores da área de lingüística aplicada  vêm se dedicando a trazer sugestões
de como efetivar, na prática, as opções teóricas assumidas pelo PCNs. Dentre tais opções, a noção bakhtiniana de gêneros discursivos é a que tem recebido maior atenção. Certamente, isso se deve porque, como lembra Barbosa (2000):

... não é possível tomar como unidades básicas do processo de ensino as que decorrem de uma análise de estratos, letras/fonemas, sílabas, palavras, sintagmas, frases que, descontextualizados, são normalmente
tomados como exemplos de estudo gramatical e pouco têm a ver com a competência discursiva.
Dentro desse marco, a unidade básica do ensino só pode ser o texto (PCNs, p. 23).
De acordo com os PCNs, tomar o texto como “a unidade básica do ensino” possibilitaria a discussão/ produção de textos de maneira a dar espaço às diferentes vozes que emergem em uma sala de aula, entendidas como representativas de realidades socio-históricas distintas e que, portanto, devem ser vistas e respeitadas como tais.


Ainda, ao optar por essa forma de tratamentodos textos, os educadores estariam assumindo a idéia
de que eles não seguem padrões fechados, que só permitem uma interpretação, e sim que há uma variedade de leituras possíveis que se constroem na co-interação leitor-texto.
Nessa perspectiva, portanto, deveria fazer parte do ensino e aprendizagem da língua portuguesa, a reflexão
sobre a linguagem.

 Como indicam os PCNs:

Tomando-se a linguagem como atividade discursiva, o texto como unidade de ensino e a noção de
gramática como relativa ao conhecimento que o falante tem de sua linguagem, as atividades curriculares
em Língua Portuguesa correspondem, principalmente, a atividades discursivas: uma prática constante de escuta de textos orais e leitura de textos escritos e de produção de textos orais e escritos, que devem permitir, por meio da análise e reflexão sobre os múltiplos aspectos envolvidos, a expansão e construção de instrumentos que permitam ao aluno, progressivamente, ampliar sua competência discursiva (p. 27 – grifamos).


REFERÊNCIAS
Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 43, n. 1, p. 69-76, jan./mar. 2008

sábado, 4 de maio de 2013

A HISTÓRIA DE RON CLARK


A HISTÓRIA DE RON CLARK


Um filme que todo professor ou aspirante a professor deveria assistir.
Ron Clark (Matthew Perry) é um professor temporário que experimenta um misto de nervosismo e ansiedade ao aguardar o momento de começar no emprego. Mas, antes mesmo de iniciar, demonstra uma rara sensibilidade ao saber se aproximar de um garoto que tinha sido colocado em um castigo humilhante por outro professor. Os métodos de Clark se mostraram mais do que eficientes, pois classificou sua classe em primeiro lugar no município, por quatro anos seguidos. Sonhando grande, ele vai para Nova York, onde consegue emprego em uma escola do Harlem. Para surpresa do diretor, Ron quer ser professor da pior turma do colégio. Ninguém sabia, mas ele estava reescrevendo não apenas a sua história, mas também a de várias outras pessoas.


http://www.youtube.com/watch?v=kk1YS0vQjaM

LINGÜISTICA


Lingüística
A Lingüística é concebida como a ciência que se ocupa do estudo acerca dos fatos da linguagem, cujo precursor foi Ferdinand de Saussure

 
Ferdinand de Saussure – considerado o fundador da Lingüística
O termo “Lingüística” pode ser definido como a ciência que estuda os fatos da linguagem. Para que possamos compreender o porquê de ela ser caracterizada como uma ciência, tomemos como exemplo o caso da gramática normativa, uma vez que ela não descreve a língua como realmente se evidencia, mas sim como deve ser materializada pelos falantes, constituída por um conjunto de sinais (as palavras) e por um conjunto de regras, de modo a realizar a combinação desses. 
Assim, a título de reforçarmos ainda mais a idéia abordada, consideremos as palavras de André Martinet, acerca do conceito de Lingüística:
“A lingüística é o estudo científico da linguagem humana. Diz-se que um estudo é científico quando se baseia na observação dos fatos e se abstém de propor qualquer escolha entre tais fatos, em nome de certos princípios estéticos ou morais. ‘Científico’ opõe-se a ‘prescritivo’. No caso da lingüística, importa especialmente insistir no caráter científico e não prescritivo do estudo: como  o objeto desta ciência constitui uma atividade humana, é grande a tentação de abandonar o domínio da observação imparcial para recomendar determinado comportamento, de deixar de notar o que realmente se diz para passar a recomendar o que deve dizer-se”.
MARTINET, André. Elementos de lingüística geral. 8 ed. Lisboa: Martins Fontes, 1978.
O fundador desta ciência foi Ferdinand de Saussure, um lingüista suíço cujas contribuições em muito auxiliaram para o caráter autônomo adquirido por essa ciência de estudo. Assim, antes de retratá-las, constatemos um pouco mais acerca de seus dados biográficos:
Ferdinand de Saussure nasceu em 26 de novembro de 1857 em Genebra, Suíça. Por incentivo de um amigo da família e filólogo, Adolphe Pictet, deu início aos seus estudos lingüísticos. Estudou Química e Física, mas continuou fazendo cursos de gramática grega e latina, quando se convenceu de que sua carreira estava voltada mesmo para tais estudos, ingressaram-se na Sociedade Lingüística de Paris. Em Leipzig estudou línguas européias, e aos vinte e um anos publicou uma dissertação sobre o sistema primitivo das vogais nas línguas indo-européias, defendendo, posteriormente, sua tese de doutorado sobre o uso do caso genitivo em sânscrito, na cidade de Berlim. Retornando a Paris passou a ensinar sânscrito, gótico e alemão e filologia indo-européia. Retornando a Genebra continuou a lecionar novamente sânscrito e lingüística histórica em geral.
Na Universidade de Genebra, entre os anos de 1907 e 1910, Saussure ministrou três cursos sobre lingüística, e em 1916, três anos após sua morte, Charles Bally e Albert Sechehaye, alunos dele, compilaram todas as informações que tinham aprendido e editaram o chamado Curso de Lingüística Geral – livro no qual ele apresenta distintos conceitos que serviram de sustentáculo para o desenvolvimento da lingüística moderna.  
Entre tais conceitos, tornam-se passível de menção alguns deles, tais como as dicotomias:
Língua X Fala
Esse grande mestre suíço aponta que entre dois elementos há uma diferença que os demarca: enquanto a língua é concebida como um conjunto de valores que se opõem uns aos outros e que está inserida na mente humana como um produto social, razão pela qual é homogênea, a fala é considerada como um ato individual, pertencendo a cada indivíduo que a utiliza. Sendo, portanto, sujeita a fatores externos.   
Significante X Significado
Para Saussure, o signo lingüístico se compõe de duas faces básicas: a do significado – relativo ao conceito, isto é, à imagem acústica, e a do significante – caracterizado pela realização material de tal conceito, por meio dos fonemas e letras. Falando em signo, torna-se relevante dizer acerca do caráter arbitrário que o nutre, pois, sob a visão saussuriana, nada existe no conceito que o leve a ser denominado pela seqüência de fonemas, como é o caso da palavra casa, por exemplo, e de tantas outras. Fato esses que bem se comprova pelas diferenças existentes entre as línguas, visto que um mesmo significado é representado por significantes distintos, como é ocaso da palavra cachorro (em português); dog(inglês); perro (espanhol); chien (francês) e cane (italiano). 
Sintagma X Paradigma
Na visão de Saussure, o sintagma é a combinação de formas mínimas numa unidade lingüística superior, ou seja, a seqüência de fonemas se desenvolve numa cadeia, em que um sucede ao outro, e dois fonemas não podem ocupar o mesmo lugar nessa cadeia. Enquanto que o paradigma para ele se constitui de um conjunto de elementos similares, os quais se associam na memória, formando conjuntos relacionados ao significado (campo semântico). Como o autor mesmo afirma, é o banco de reservas da língua
Sincronia X Diacronia
Saussure, por meio dessa relação dicotômica retratou a existência de uma visão sincrônica – o estudo descritivo da lingüística em contraste à visão diacrônica - estudo da lingüística histórica, materializado pela mudança dos signos ao longo do tempo. Tal afirmação, dita em outras palavras, trata-se de um estudo da linguagem a partir de um dado ponto do tempo (visão sincrônica), levando-se em consideração as transformações decorridas mediante as sucessões históricas (visão diacrônica), como é o caso da palavra vosmecê, você, ocê, cê, vc...
Mediante os postulados aqui expostos, cabe ainda ressaltar que a lingüística não se afirma como uma ciência isolada, haja vista que se relaciona com outras áreas do conhecimento humano, tendo por base os conceitos dessas. Por essa razão, pode-se dizer que ela assim subdivide:
* Psicolingüística – trata-se da parte da lingüística que compreende as relações entre linguagem e pensamentos humanos.
* Lingüística aplicada – revela-se como a parte dessa ciência que aplica os conceitos lingüísticos no aperfeiçoamento da comunicação humana, como é o caso do ensino das diferentes línguas.
* Sociolingüística – considerada a parte da lingüística que trata das relações existentes entre fatos lingüísticos e fatos sociais.

REFERÊNCIAS
BRASIL ESCOLA

TEORIAS DO TEXTO



 O QUE  É UM TEXTO?

É sabido que conforme a perspectiva teórica que se adote, o mesmo objeto pode ser concebido de maneiras diversas. O conceito de texto não foge à regra. E mais: nos quadros mesmos da Lingüística Textual, que tem no texto seu objeto precípuo de estudo, o conceito de texto varia conforme o autor e/ou a orientação teórica adotada.
Assim, pode-se verificar que, desde as origens da Lingüística do Texto até nossos dias, o texto foi visto de diferentes formas. Em primeiro momento, foi concebido como:
a.       Unidade lingüística ( do sistema )  superior à frase;
b.      Sucessão ou combinação de frases;
c.       Cadeia de pronominalizações interruptas;
d.      Cadeia de isotopias;
e.       Complexo de proposições semânticas
Já no interior de orientações de natureza pragmática, o texto passou a ser encarado:
a.       Pelas teorias acionais, como uma seqüência de atos de fala;
b.      Pelas vertentes cognitivistas, como fenômeno primariamente psíquico, resultado, portanto, de processos mentais; e
c.       Pelas orientações que adotam por pressuposto a teoria da atividade verbal, como parte de atividades mais globais de comunicação, que vão muito além do texto em si, já que este constitui apenas uma fase desse processo global.
Desta forma, o texto deixa de ser entendido como uma estrutura acabada (produto) passando a ser abordada no seu próprio processo de planejamento, verbalização e construção.
Combinando esses últimos pontos de vista, o texto pode ser concebido como resultado parcial de nossa atividade verbal comunica, que compreende processos , operações e estratégias que tem lugar na mente humana, e que são postos em ação  em situações concretas de interação social. Defende-se, portanto, a posição de que:
a.       A produção textual é uma atividade verbal, a serviço de fins sociais e, portanto, inserida em contextos mais complexos de atividades;
b.      Trata-se de uma atividade consciente, criativa, que compreende o desenvolvimento de estratégias concretas de ação e a escolha de meios adequados à realização dos objetivos; isto é, trata-se de uma  atividade teleológica que o falante, de conformidade com as condições sob as quais o texto é produzido, empreende, tentando dar a entender seus propósitos ao destinatário através da manifestação verbal;
c.       É uma atividade interacional, orientada para os parceiros da comunicação. Que, de maneiras diversas, se acham envolvidos na atividade de produção textual.





KOCH, INGEDORE VILLAÇA, O TEXTO E A CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS

PCNS


CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

O que são os Parâmetros Curriculares Nacionais?
Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o País. Sua função é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual.
Por sua natureza aberta, configuram uma proposta flexível, a ser concretizada nas decisões regionais e locais sobre currículos e sobre programas de transformação da realidade educacional empreendidos pelas autoridades governamentais, pelas escolas e pelos professores. Não configuram, portanto, um modelo curricular homogêneo e impositivo, que se sobreporia à competência político-executiva dos Estados e Municípios, à diversidade sociocultural das diferentes regiões do País ou à autonomia de professores e equipes pedagógicas.
O conjunto das proposições aqui expressas responde à necessidade de referenciais a partir dos quais o sistema educacional do País se organize, a fim de garantir que, respeitadas as diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma sociedade múltipla, estratificada e complexa, a educação possa atuar, decisivamente, no processo de construção da cidadania, tendo como meta o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidadãos, baseado nos princípios democráticos. Essa igualdade implica necessariamente o acesso à totalidade dos bens públicos, entre os quais o conjunto dos conhecimentos socialmente relevantes.
Entretanto, se estes Parâmetros Curriculares Nacionais podem funcionar como elemento catalisador de ações na busca de uma melhoria da qualidade da educação brasileira de modo algum pretende resolver todos os problemas que afetam a qualidade do ensino e da aprendizagem no
País. A busca da qualidade impõe a necessidade de investimentos em diferentes frentes, como a formação inicial e continuada de professores, uma política de salários dignos, um plano de carreira, a qualidade do livro didático, de recursos televisivos e de multimídia, a disponibilidade de materiais didáticos. Mas esta qualificação almejada implica colocar também, no centro do debate, as atividades escolares de ensino e aprendizagem e a questão curricular como de inegável importância para a política educacional da nação brasileira.

 REFERÊNCIAS
PORTAL MEC

SER PROFESSOR


·         
SER PROFESSOR É...

Ser professor
é professar a fé
e a certeza de que tudo
terá valido a pena
se o aluno sentir-se feliz
pelo que aprendeu com você
e pelo que ele lhe ensinou...
Ser professor é consumir horas e horas
pensando em cada detalhe daquela aula que,
mesmo ocorrendo todos os dias,
a cada dia é única e original...
Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e,
diante da reação da turma,
transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...
Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado.
Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo".
Ser professor é apontar caminhos,
mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

REFERÊNCIAS
UOL